sábado, 11 de maio de 2013

Tipos de ninhos

Tipos de ninhos

Existem possivelmente tantos tipos de ninhos quanto espécies. Em cativeiro usamos essencialmente 3 tipos de ninhos, podendo estes variar em tamanho mas mantendo uma forma básica idêntica. Assim temos ninhos em taça, de verga ou corda, que são os mais usados para os fringilídeos. Adiante-se que de todas as aves nativas, só as carriças e o chapim rabilongo constróem ninhos fechados, a grande maioria usa ninhos deste tipo. São taças que podem variar em diâmetro e profundidade. Os canários gostam de ninhos largos e espaçosos enquanto os pintassilgos preferem taças mais apertadas e fundas. Embora quase todas estas aves possam construir um ninho livre aceitam facilmente estas estruturas como apoio. Devemos ter cuidado com estes ninhos pois embora a maioria das espécies os use sujam-se facilmente e, em determindas situaçãoes as crias e ovos podem mesmo cair. Também são desaconselhados para situações de viveiro pois as outras aves podem facilmente ver os ovos e perturbar o casal em criação.

Os ninhos de cesto, em diversas formas e tamanhos, são usados por espécies pequenas de estrildídeos. São reservados e escondem-se bem entre a vegetação o que os torna ideais para espécies tímidas como o peito de fogo ou o peito celeste. O acesso ao ninho é difícil e pode mesmo tornar-se frustante para o criador tentar ver as crias ou ovos dificultando em muito as tarefas de anilhagem e limpeza. Uma colher pode ajudar se necessário, mas temos sempre de ter muito cuidado a mexer nos ninhos destas espécies. Embora não encoraje muito o seu uso, colocando-os em sítios descobertos, tenho vários no viveiro dos estrildídeos só para fazer número e proporcionar às aves uma grande escolha. Os guardas-marinhos usam sempre estes ninhos.

Os ninhos de madeira podem ser de dois tipos, ou troncos escavados ou então, os mais comuns, caixas de madeira. A grande maioria das aves exóticas que criamos nidificam em cavidades nas árvores sendo os melhores exemplos disso os diamantes australianos e os periquitos-ondulados. Facilmente aceitam estas caixas numa gaiola com a vantagem de que, podendo ser colocadas por fora desta, a sua inspecção e manutenção é extremamente fácil. Eu gosto de ter as caixas por fora, embora diversos criadores apontem com alguma lógica que estando colocada dentro da gaiola a caixa ninho proporciona mais segurança e confiança às aves. Contudo para ver o interior é necessário perturbar as aves. Existe um modelo de gaiola do qual apenas vi fotografias em que o ninho é montado numa placa que pode deslizar para fora da gaiola. Parece ser muito eficiente e uma parte integrante de diversos modelos de gaiolas usados sobretudo no norte da Europa, formando baterias exrtemamente profissionais. Claro que com o tempo poderemos possivelmente atingir tais necessidades e investir nestes equipamentos, mas a avicultura é essencialmente, e para a maioria de nós, uma actividade amadora e não pretendo mais do que transmitir alguns conhecimentos básicos, pelo que é perfeitamente suficiente o esquema descrito acima. Existem caixas de plástico muito práticas que podem ser totalmente desmontadas e lavadas (um problema da madeira) e que uso nas gaiolas dos Diamantes-Gould e outros. São mais caras, mas devido ao tamanho e algumas características prefiro-as para as gaiolas em que tenho estas espécies.

Os troncos escavados são um exclente alternativa para espécies mais difíceis de convencer e podem mesmo fazer a diferença, em especial num viveiro. Têm o grande problema de serem geramente pesados e difíceis de manusear, não terem muitas vezes acesso para o interior e a limpeza ser muito complicada. Mesmo assim para quem tenha tempo e gosto por estas coisas podemos mesmo fazê-los a partir de madeira morta, bem lavada e seca no forno durante 30min. Basta cortar um rodela numa das pontas que servirá de tampa e escavar o interior com um berbequim e os acessórios necessários. Troncos de várias dimensões colocados num viveiro do modo o mais natural possível são um exclente ninho para espécies complicadas.

Encontraremos decerto outros tipos no mercado que podemos tentar por vezes até com bons resultados. Acreditem que as dimensões podem fazer mais diferença do que se pensa e as caixas que encontramos no mercado raramente são adequadas para uma ninhada de bom tamanho. Para as gaiolas dos mandarins e bengalins preferi desenhar e construir os ninhos de modo a que ocupassem a medida que eu queria. São opções que podemos fazer e que além do mais, tornam muito mais baratos estes acessórios.

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